FR:

Une conception socioculturelle de l’évaluation formative des apprentissages devient une tendance en recherche, renvoyant à une pratique interprétative qui se déploie dans des jeux d’interdépendance au sein des interactions en classe. Cet article vise à situer la contribution de cette conception à partir de différentes modélisations de la mise en oeuvre de l’évaluation formative et de notre investigation de terrain sur les savoirs pratiques d’enseignantes en cette matière. Comme on le verra, ces récents travaux élargissent la conceptualisation de l’évaluation formative et suggèrent que les prospectives en recherche logent à l’enseigne d’une conception sociale, c’est-à-dire discursive et située.

EN:

A sociocultural perspective for the formative assessment of learning is becoming a popular research trend, one which refers to an interpretive practice that is carried out through interdependency games during classroom interaction. This article will focus on describing the contribution of this perspective by presenting different models of formative assessment and our fieldwork on teachers’ practical knowledge on the subject. As we will see, this recent work broadens the notion of formative assessment and suggests that the research prospectives stand within a social conception, that is to say discursive and contextualized.

PT:

A concepção sociocultural da avaliação formativa das aprendizagens tornou-se uma das principais tendências da investigação, remetendo para uma prática interpretativa que se consubstancia nos jogos de interdependência que sucedem nas interacções da sala de aula. este artigo pretende situar a contribuição desta concepção a partir das diferentes modelizações da operacionalização da avaliação formativa e da nossa investigação no terreno sobre os saberes práticos dos professores nesta matéria. Como se verá, estes recentes trabalhos alargam a conceptualização da avaliação formativa e sugerem que as prospectivas em investigação comportam uma concepção social, quer dizer, discursiva e contextualizada.

FR:

Cet article présente une catégorisation de techniques de rétroaction située par rapport au triangle didactique. Peu utilisées ou peu explicites, les techniques de rétroaction sont pourtant des leviers pour favoriser l’apprentissage des étudiants dans le contexte universitaire. En effet, elles soutiennent les régulations dans les interactions entre les apprenants, l’enseignant et le savoir. La catégorisation proposée répond à quatre questions : qui sont-ils, que savent-ils, comment apprennent-ils et qu’ont-ils appris. À partir de ces quatre questions simples, l’enseignant peut construire son dispositif et proposer des situations d’enseignement favorisant l’apprentissage des étudiants en milieu universitaire. Cette grille de lecture originale comme support à l’évaluation formative répond à des préoccupations actuelles des enseignants confrontés à l’effet de massification notamment pour le premier cycle universitaire.

EN:

This article presents a categorization of feedback techniques situated with regard to the didactic triangle. Although insufficiently used or rarely made explicit, feedback techniques are nevertheless levers that can facilitate students’ learning in the university context. Indeed, they support the regulations in the interactions between the learners, the teacher and the knowledge being studied. The proposed categorization answers four questions: who they are, what do they know, how do they learn and what have they learnt. From these four simple questions, the teacher can build his pedagogical approach and propose situations of teaching facilitating students’ learning in higher education institutions. The proposed analysis grid is an original framework for formative evaluation and answers current concerns of the teachers confronted with the effect of heavy course enrolment, particularly in the first university cycle.

PT:

Este artigo apresenta uma categorização das técnicas de retroacção situadas em relação ao triângulo didáctico. Apesar de pouco utilizadas ou de pouco explícitas, as técnicas de retroacção são, contudo, as alavancas para favorecer a aprendizagem dos estudantes no contexto universitário. Com efeito, elas suportam as regulações nas interacções entre os aprendentes, o professor e o saber. A categorização proposta responde a quatro questões: quem são eles, o que é que eles sabem, como é que eles aprendem e o que é que eles aprenderam. A partir destas quatro questões simples, o professor pode construir o seu dispositivo e propor situações de ensino que favoreçam a aprendizagem dos estudantes no meio universitário. Esta grelha de leitura original como suporte à avaliação formativa responde a preocupações actuais dos professores confrontados com o efeito de massificação, nomeadamente no 1.º ciclo do ensino superior.

FR:

Le succès académique antérieur s’avère le meilleur prédicteur du succès académique en médecine, mais cet indicateur n’informe en rien quant aux habiletés non cognitives des candidats. Le Mini Entrevues Multiples (MEM), une mesure d’habiletés non cognitives, démontre une bonne fidélité et validité prédictive. L’objectif de la présente étude était de mesurer la fidélité du MEM UdeS élaboré et administré dans le cadre du processus de sélection au doctorat en médecine de l’Université de Sherbrooke. Les résultats observés démontrent la fidélité de l’outil, et ce, dans un contexte d’administration différent des études précédentes.

EN:

Previous academic success is the best predictor for success in medical schools; however that indicator cannot be used to assess candidates’ non cognitive abilities. The Multiple Mini Interview, a tool to assess non cognitive abilities, has demonstrated good reliability and predictive validity. The purpose of this study was to study the MMI’s reliability when used to select students for the MD program at Université de Sherbrooke. The results suggest that the tool is reliable, even when used in a different context.

PT:

O sucesso académico anterior é o melhor preditor do sucesso académico em medicina, mas este indicador nada informa quanto às habilidades não-cognitivas dos candidatos. O Mini Entrevistas Múltiplas (MEM), uma medida das habilidades não-cognitivas, demonstra uma boa fidelidade e validade preditiva. O objectivo do presente estudo era medir a fidelidade do MEM no quadro de um processo de selecção de estudanters para o doutoramento em medicina da Université de Sherbrooke. Os resultados observados demonstram a fidelidade do instrumento mesmo quando usado num contexto de administração diferente dos estudos anteriores.

FR:

Cet article comporte deux études complémentaires visant à explorer si le sexe de l’étudiant influence le jugement des enseignants en mathématiques. La première étude, expérimentale, a porté sur 48 enseignants de mathématiques (secondaire supérieur). Ceux-ci ont été répartis en deux groupes comparables et devaient évaluer quatre copies attribuées dans le premier groupe à une fille, dans le second groupe à un garçon. Même si les enseignants affirment, dans le questionnaire portant sur leurs attitudes, que les filles et les garçons ont des capa cités et des intérêts identiques pour les mathématiques, les résultats montrent que les enseignants ont tendance à évaluer de manière différente des copies équivalentes attribuées à des garçons ou à des filles, selon la valeur de cette copie, plus ou moins bonne. La deuxième étude, corrélationnelle, se fonde sur les données de PISA 2000 de la Communauté française de Belgique et met en relation les scores standardisés obtenus dans PISA et les notes attribuées aux mêmes élèves par leur professeur de mathématiques. Il ressort de cette mise en relation, d’une part, que les garçons performants ont tendance à être surévalués et les filles performantes sous-évaluées, d’autre part, que les garçons peu perfor mants sont sous-évalués et les filles peu performantes fortement surévaluées comparativement aux garçons de même niveau.

EN:

This paper shows two different studies aimed at exploring whether student’s gender has an influence on the way teachers assess performances in mathematics. The first study, an experimental study, involved 48 mathematics teachers (higher secondary education). They were divided in two comparable groups and had to rate four assignments attributed in one group to a girl, in the other group to a boy. The findings show that even if teachers show the same expectations regarding boys and girls’ abilities and interest in mathematics (assessed by a questionnaire), a slight but significant gender bias is nevertheless at play when rating equivalent assignments attributed to boys or girls, depending whether the assignment is good or bad. The second study, a correlational one, is based on the PISA 2000 data. The PISA maths score have been correlated with the students’ marks in mathematics gathered through the background questionnaire. Results show that high achievers males are overestimated while high achievers female are underestimated. The reverse pattern is observed for low achievers: among those low achievers, males are underestimated and females overestimated.

PT:

Este artigo apresenta dois estudos complementares cujo objectivo é explorar a influência do género na avaliação dos professores de matemática. O primeiro estudo, de carácter experimental, envolveu 48 professores de matemática (ensino secundário). Eles foram divididos em dois grupos comparáveis e deviam avaliar quatro provas atribuídas, no primeiro grupo, a uma rapariga e, no segundo grupo, a um rapaz. Apesar de os professores afirmarem, nos questionários sobre as suas atitudes, que as raparigas e os rapazes têm capacidades e interesses idênticos em relação às matemáticas, os resultados mostram, porém, que os professores apresentam uma tendência para avaliar de maneira diferente (melhor ou pior) provas equivalentes conforme são atribuídas a rapazes ou a raparigas. O segundo estudo, de natureza correlacional, baseia-se nos dados do PISA 2000 da Comunidade francesa da Bélgica e procura relacionar os resultados estandardizados obtidos no PISA e as notas atribuídas aos mesmos alunos pelo seu professor de matemática. Os resultados desta relação mostram o seguinte: por um lado, no caso dos alunos que apresentam bons desempenhos, os rapazes são sobre-avaliados, ao passo que as raparigas são sub-avaliadas; por outro lado, no caso dos alunos com fracos desempenhos, os rapazes são sub-avaliados, enquanto as raparigas são fortemente sobre-avaliadas.