Abstracts
Resumo
Vivemos numa época de mudanças sociais constantes e, tal como em outros âmbitos empíricos, a mediação tende a ajustar-se ao novo circunstancialismo em que decorre o seu campo de aplicação. O ambiente pandémico vivenciado de forma mais presente entre 2020 e 2021 constituiu uma força motriz para a digitalização em diferentes âmbitos, e o campo da mediação não foi exceção. Mas será que os mediadores estão equipados com as ferramentas e competências profissionais para os desafios da mediação online? Portugal, tal como outros países europeus, implementou o seu sistema de certificação de mediadores. A Diretiva 2008/52/CE impulsionou a adoção de modelos de formação e certificação em toda a Europa. Mas nessa altura, o mundo digital era ainda uma realidade com menos desenvolvimento diante do que se verifica atualmente. Houve mesmo dúvidas sobre a existência de mediação em linha devido às dificuldades que a condução de uma mediação por meios telemáticos poderia causar, em parte em virtude da distância que imprimia no diálogo entre as partes. A pandemia encorajou a utilização de ferramentas digitais e mediadores em todo o mundo começaram a conduzir mediações através de ferramentas telemáticas. O que pretendemos estudar neste artigo é o modelo de certificação e formação de mediadores implementado em Portugal tentando compreender se este integra as competências digitais exigidas a um mediador, quando opera num ambiente eletrónico. Deverão essas competências ser exigidas a todos os mediadores ou deverão fazer parte de um plano de formação específico? Essas são algumas das questões que analisaremos neste trabalho.
Palavras chaves:
- Mediação,
- Formação,
- Certificação,
- Mediadores,
- Digitalização
Résumé
Nous vivons à une époque de changement social constant et, comme dans d’autres domaines empiriques, la médiation tend à s’adapter aux nouvelles circonstances dans lesquelles se déroule son champ d’application. L’environnement pandémique plus fréquent entre 2020 et 2021 a été un moteur de la numérisation dans différents domaines, et le domaine de la médiation n’a pas fait exception. Mais les médiateurs sont-ils dotés des outils et des compétences professionnelles nécessaires pour relever les défis de la médiation en ligne ? Le Portugal, comme d’autres pays européens, a mis en place son système de certification des médiateurs. La directive 2008/52/CE a stimulé l’adoption de modèles de formation et de certification dans toute l’Europe. Mais à cette époque, le monde numérique était encore une réalité avec moins de développement qu’aujourd’hui. Des doutes ont même été exprimés quant à l’existence de la médiation en ligne en raison des difficultés que pourrait engendrer la médiation par voie télématique, en partie à cause de la distance qu’elle imposait au dialogue entre les parties. La pandémie a encouragé l’utilisation d’outils numériques et les médiateurs du monde entier ont commencé à mener des médiations à l’aide d’outils télématiques. Ce que nous avons l’intention d’étudier dans cet article est le modèle de certification et de formation des médiateurs mis en oeuvre au Portugal, en essayant de comprendre s’il intègre les compétences numériques requises d’un médiateur lorsqu’il opère dans un environnement électronique. Ces compétences doivent-elles être exigées de tous les médiateurs ou doivent-elles faire partie d’un plan de formation spécifique ? Telles sont quelques-unes des questions que nous analyserons dans ce travail.
Mots-clés :
- Médiation,
- Formation,
- Certification,
- Médiateurs,
- Digitalisation
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Appendices
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